segunda-feira, 2 de novembro de 2009

O Leitor

Há muito tempo ouvi falar sobre esse filme, mas antes não havia tido a oportunidade de me encontrar com ele. Não sei se foi o tempo, o momento de vida... sei lá...

O tempo chegou e assisti ao filme. Até a metade do filme achei que estava equivocado quanto ao seu conteúdo. Um rapaz bem jovem, 15 anos, apaixonado por uma moça mais velha que lhe acudiu enquanto passava mal na rua e havia se retirado para a entrada de um prédio.

Passei tanto tempo sem vir aqui... mas acho que esse filme mexeu comigo. Precisava verbalizar...


É inegável o profundo sentimento que ele sentia por ela. No entanto, a vida seguiu um rumo que ele jamais poderia imaginar e num piscar de olhos descobriu que a moça era membro da SSA - a guarda da polícia nazista. Acho que é isso...

Ele não só teve esse impacto como também assistiu ao julgamento dela. De seis condenadas ela foi a "mais culpada". Assumiu a escrita de um relatório, mas não podia tê-lo feito porque era analfabeta. Gostava de ouvir histórias, mas não ler ou escrever porque simplesmente não sabia.

O rapaz assistiu a tudo e nada fez. Ele podia ter mudado o rumo da história. Ele a amava e as lágrimas evidenciaram claramente esse sentimento. Bastou a sentença de prisão perpétua ser anunciada que então o rapaz se colocou aos prantos.

O tempo passou... mais ou menos 20 anos e em todo esse tempo ele não foi visitá-la na prisão. Poderia, mas não quis fazer. Ele enviava fitas com narrativas dos livros como fazia pessoalmente ao viver seu romance com ela na adolescência.
Foi então que ela aprendeu a escrever porque analisava o som das fitas e o conteúdo dos livros que conseguia na biblioteca da prisão. Foi no mínimo emocionante. Quem já ouviu o relato de um adulto ex-analfabeto sabe do que estou falando...

Certo dia ele recebeu uma  ligação da prisão solicitando que se responsabilizasse pela saída dela considerando que ela seria solta por boa conduta e vinte anos depois estaria perdida... sem noção de como a sociedade havia mudado.

Ele a visitou na prisão. O encontro parecia algo bom, mas em poucos segundos tornou-se frio. Em pouco tempo o calor do momento se foi...

Aquilo tudo o incomodou e dias depois ele decidiu por buscá-la na prisão, mas foi tarde demais...

Ela suicidou-se dentro da cela. Ele chegou tarde demais...

Toda essa história me mostrou como a vida de homem pode ser afetada pela falta de atitude. Ele se calou quando poderia ter falado. Ele engoliu o amor quando poderia ter amado, mas ao decidir amar não a teve mais. Ele a perdeu.

Será que fazemos isso com a nossa vida?

Ignoramos o momento achando que certas situações são eternas?!

Deixamos de aproveitar tudo aquilo que pode ser o melhor porque simplesmente algo nos impede de sermos felizes?

O tempo passa e sobre ele não temos controle.

Certamente hoje será diferente de amanhã e aqueles que acham que a tonalidade do azul do céu é sempre a mesma se enganam porque esqueceram de viver os detalhes preciosos dessa vida.

Se a felicidade é andar à pé e amar as pessoas incondicionalmente então o faça.

Há muitos que não conseguem se satisfazer com carros lustrosos e bens que fariam os olhos de qualquer mortal crescer. Esses tem um vazio tão grande dentro de si que nada terreno os faz aquietar.

Esses muitos não se conformam com a alegria simplista da sua vida porque eles precisam de muito para se satisfazer e mesmo assim não conseguem.

Assista a esse filme e tire suas conclusões. Espero que você seja balançado ou balançada por sua mensagem.

Somente não se esqueça que ao balançar uma árvore algo cairá dela. Um fruto, uma folha ou um galho. Espero que de você caia o romper do silêncio e a atitude que valha por toda a vida.

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